Hoje vamos entender um pouco o que significa o flexitarianismo, a diferença desse termo para “vegetarianismo” e “veganismo” e algumas outras curiosidades que envolvem esse assunto.
É importante que você entre nesse texto sem julgamentos e com a cabeça aberta. Bora lá?
Diferença de flexitarianismo, veganismo e vegetarianismo
O veganismo se baseia na retirada de tudo que é derivado animal. Ovos, leites, queijos, carnes e proteína do soro do leite e cosméticos que utilizam ingredientes de origem animal são totalmente excluídos da rotina. Já o vegetarianismo envolve apenas a retirada dos alimentos de origem animal das refeições.
Ainda há quem decida tirar somente a carne e manter os ovos, leites, queijos: são os ovolactovegetarianos.
Dentre essas definições, ainda tem um espaço que é ocupado pelos que estão dispostos a reduzir ou retirar os derivados animais da alimentação, mas ainda não se sentem prontos pra excluir 100% e ainda comem carne, ovos e leites em algumas refeições.
Afinal, quem está nesse espaço?
Podem entrar: flexitarianos!
O termo “flexitarianismo” serve pra representar aqueles que estão no caminho da exclusão ou redução da carne e derivados animais, mas que ainda consomem produtos de origem animal em alguns dias, ou algumas refeições.
Nem sempre o processo de retirada de um alimento é fácil. A relação com a comida é muito individual pra cada um.
Pode ser que fulano tenha um apego sentimental com algum tipo de carne que a avó preparava, ou pode ser que ciclano cultive uma memória afetiva da infância tomando um copo de leite de vaca. E não: não conseguir tirar a carne, o leite, o queijo ou o ovo da alimentação por completo usando o apego, a memória afetiva ou o simples desejo de comer como argumento não é balela.
Nessa fase é muito importante trabalhar a empatia, pra tentar acolher esse tipo de escolha e comportamento do outro e entender que não é tão simples tirar esses alimentos da rotina.
A empatia envolve compreensão, confiança e muitas vezes acaba estimulando o próximo a continuar no processo apenas por saber que pode ter com quem contar se acabar falhando. Saber que tem uma palavra amiga ali, dizendo: “tá tudo bem, faz parte do processo! Bola pra frente.”.
Mas, nessa etapa, infelizmente, muitos acabam julgando ou desestimulando o processo do flexitariano com certos argumentos.
Porque o flexitarianismo é importante
Cada fase da retirada ou redução da carne deve ser tratada com respeito e paciência. Isso porque muitas pessoas acabam desistindo do processo buscando certo tipo de “perfeição” no resultado.
“Ah, mas se você ainda come carne alguns dias, não tá fazendo diferença nenhuma!”. Tenho certeza que você já ouviu essa frase ou conhece alguém que já ouviu. Ou: “se você ainda come carne você é onívoro, não tem meio termo”.
Algumas dessas frases e rótulos acabam desestimulando quem está no processo. O grande ponto aqui está em respeitar o tempo de adaptação. Não é porque uma pessoa ainda ingere derivados animais em algumas refeições que ela não fez progresso.
Tirar a carne, leite e ovos 1 refeição na semana já pode ser um baita de uma vitória pra aquela pessoa que teve esses alimentos presentes desde a infância todos os dias, por exemplo.
E sim, a pessoa que tirou a carne, seja em apenas 1 refeição, já consegue economizar 864L de água, preservar 16m² de terras e poupar 2kg de CO2 na atmosfera. Isso é progresso, só depende do ponto de vista de quem vê.
Então, por que não olhar o copo meio cheio?
Por essas e outras, dar um nome pra essa etapa do caminho faz nascer o senso de pertencimento a um grupo. Um grupo que você pode trocar experiências, que vai entender e acolher as suas falhas e progressos. São pessoas que estão passando pelo mesmo processo e que podem estimular umas às outras.
Foque em fazer progresso, não perfeição
Se você se identificou com o flexitarianismo, a gente só queria te dizer que todas as coisas boas levam tempo. Você não pode simplesmente apressar o processo.
O crescimento não é linear, ele é uma jornada, um caminho! E absolutamente ninguém sabe o que você passa pra opinar no seu caminho, certo? Só você sabe o porquê de optar por ainda consumir carne alguns dias, ou queijo, ou leite…e só cabe a você trabalhar a redução ou retirada, no seu ritmo, uma mordida de cada vez.
E cá entre nós: não tem atalho nem receita de bolo pra chegar no veganismo, nem no vegetarianismo, ou no ovolactovegetarianismo. Então, aproveite o seu processo! Colha as dicas que vê pelo caminho, dê um passo pra trás se for preciso pra ganhar força pra dar mais dois passos pra frente. Receba as suas falhas com carinho, e não culpa, porque elas irão te ajudar a evoluir.
E não se esqueça: vários passos pequenos e consistentes são muuuito melhores do que um grande passo que você não consegue sustentar. Vai no seu tempo! A gente tá aqui pra te dar uma mão (ou uma marmita gostosa 100% vegetal) sempre que precisar 😊